sexta-feira, 19 de agosto de 2011

CORDAS


CORDAS
MSA – SALVAMENTO EM ALTURA
COLETÂNEA DE MANUAIS TÉCNICOS DE BOMBEIROS
As cordas representam o elemento básico do salvamento em altura, tanto que
encontramos diversas literaturas internacionais que utilizam a expressão “resgate com cordas” (rope rescue). Na maior parte das vezes, a corda representa a única via de acesso à vítima ou a única ligação do bombeiro a um local seguro, razão pela qual merece atenção e cuidados especiais.
2.1 Tipos de fibras
As cordas são feitas de fibras naturais (algodão, juta, cânhamo, sisal, entre outras) ou sintéticas. Devido as características das fibras naturais, como a baixa resistência mecânica,sensibilidade a fungos, mofo, pouca uniformidade de qualidade e a relação desfavorável entre peso, volume e resistência, apenas cordas de fibras sintéticas devem ser utilizadas em serviços de salvamento.
Dentre as fibras sintéticas, destacamos:
2.1.1 Poliolefinas (polipropileno e polietileno): são fibras que não absorvem água e são empregadas quando a propriedade de flutuar é importante, como por exemplo, no salvamento aquático. Porém, estas fibras se degradam rapidamente com a luz solar e, devido a sua baixa resistência à abrasão, pequena resistência a suportar choques e baixo ponto de fusão, são contra-indicadas para operações de salvamento em altura (proibidas para trabalhos sob carga).
2.1.2 Poliéster: as fibras de poliéster têm alta resistência quando úmidas, ponto de fusão em torno de 250ºC, boa resistência à abrasão, aos raios ultra-violetas e a ácidos e outros produtos químicos, entretanto, não suportam forças de impacto ou cargas contínuas tão bem quanto as fibras de poliamida. São utilizadas em salvamento, misturadas com poliamida, em ambientes industriais.
2.1.3 Poliamida (nylon): boa resistência à abrasão, em torno de 10% mais resistente à tração do que o poliéster, mas perde de 10 a 15% de sua resistência quando úmido,recuperando-a ao secar. Excelente resistência a forças de impacto. Material indicado para cordas de salvamento em altura.
2.2 Construção da corda
Para a construção de uma corda, as fibras podem ser torcidas, trançadas ou
dispostas sob a forma de capa e alma. As cordas destinadas a serviços de salvamento possuem capa e alma. A alma da corda é confeccionada por milhares de fibras e é responsável por cerca de 80% da resistência da corda. A capa recobre a alma, protegendo-a contra a abrasão e outros agentes agressivos, respondendo pelos 20% restantes da resistência da corda.
CAPA E ALMA
2.3 Cordas dinâmicas e cordas estáticas
2.3.1 Cordas dinâmicas
São cordas de alto estiramento (elasticidade) usadas principalmente para fins
esportivos na escalada em rocha ou gelo. Esta característica permite absorver o impacto,em caso de queda do escalador, sem transferir a ele a força de choque, evitando assim lesões. Sua alma é composta por um conjunto de fios e cordões torcidos em espiral, fechados por uma capa.
CORDA DINÂMICA



2.3.2 Cordas estáticas
São cordas de baixo estiramento (elasticidade) usadas em espeleologia, rapel,
operações táticas, segurança industrial e salvamento, situações que o efeito “iô-iô” é contraindicado e em que se desconsidera o risco de impacto por queda. Para tanto, os cordões da alma são paralelos entre si, ao contrário das dinâmicas, em que são torcidos.
CORDA ESTÁTICA
2.4 Resistência da corda
A resistência de uma corda é estabelecida como carga de ruptura. A corda deve ter uma carga de ruptura várias vezes maior do que a carga que irá suportar. Esta relação entre resistência e carga é conhecida como fator de segurança. O fator de segurança 5:1 é considerado adequado para transportar equipamentos, mas insuficiente se vidas humanas dependem da resistência da corda, quando adotamos o fator de segurança 15:1.considerado adequado para transportar equipamentos, mas insuficiente se vidas humanas
dependem da resistência da corda, quando adotamos o fator de segurança 15:1.
2.5 Características das cordas de salvamento
As cordas de salvamento são cordas estáticas com capa e alma e fibras de
poliamida. De acordo com a norma NFPA-1983/2001, devem ter diâmetro de 12,5mm e carga de ruptura de 4000 kgf.
2.6 Cuidados com a corda
As cordas são construídas para suportarem grandes cargas de tração, entretanto, são sensíveis a corpos e superfícies abrasivas ou cortantes, a produtos químicos e aos raios solares, por isso, atenção:
􀀩 Evite superfícies abrasivas, não pise, não arraste e nem permita que a corda fique em contato com quinas desprotegidas;
􀀩 Evite contato com areia (os pedriscos podem alojar-se entre as fibras, danificandoas);
􀀩 Evite contato com graxa, solventes, combustíveis, produtos químicos de uma
forma geral;
􀀩 Evite que a corda fique pressionada (“mordida”);
􀀩 Não deixe a corda sob tensão por um período prolongado, nem tampouco utilize-a para rebocar um carro ou para qualquer outro uso, senão aquele para o qual foi destinada; e
􀀩 Deixe-a secar à sombra, em voltas frouxas, jamais ao sol, pois os raios
ultravioletas danificam suas fibras.
2.7 Inspeção da corda
A vida útil de uma corda não pode ser definida pelo tempo de uso. Ela depende de vários fatores como o grau de cuidado e manutenção, freqüência de uso, tipo de equipamentos com que foi empregada, velocidade de descida, tipo e intensidade da carga,abrasão física, degradação química, exposição a raios ultravioletas, entre outros.
A avaliação das condições de uma corda depende da observação visual e tátil de sua integridade, bem como de seu histórico de uso

Nenhum comentário:

Postar um comentário

LIMITEVERTICAL-RAPPEL ADVENTURE